Se bater em minha porta,
Não entre como se já conhecesse a casa.
Entre como se visitasse pela primeira vez um museu,
como um amante de histórias antigas.
Observe cada parede,
E as rachaduras que as compõem.
Os quadros tortos ou bem posicionados
As esculturas em mármore maciço
e os copos de plástico.
Não repare na bagunça,
Ou repare - e se sinta privilegiado:
Se esperasse visita tão bela,
Teria eu jogado os defeitos pra debaixo do tapete;
Como saberia de que caso é o sofá em que se senta?
Se te receber com um sorriso no rosto,
peça um café quente ao invés dum copo d'água.
Sente-se na cadeira mais próxima da janela
e me pergunte como foi o dia no trabalho.
Não se sinta em casa:
deixe a mim honra fazê-lo, de te dar as chaves extras;
Como se você já não tivesse morada em mim
Mesmo antes de decidir por bater na porta da frente.