Olhos não mentem.
Mentem os sorrisos repletos de dentes,
as pernas entrelaçadas,
as roupas ali jogadas;
mas não mentem os olhos.
Olhos não mentem.
Mentem os apertos de mão demorados,
os abraços de supostos enamorados
as palavras por beijo interrompidas;
mas os olhos não mentem.
O empírico pertence à pele, ao arrepio.
Ao metafísico o tocar não alcança,
não se pode vê-lo pelos olhos dos dedos.
Às janelas da alma cabe os segredos dos sorrisos incompletos,
as mãos dadas e os acenos distantes,
os beijos não dados e os abraços des-esperados.
Os olhos não mentem.
Mas presenteiam com verdade aqueles que a desejam
para, assim,
poderem mentir.
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